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A segurança é a nova promoção. Por Rogério Alves.

A pandemia fez surgir novas regras na relação entre marcas e consumidores. Há uma longa lista de exigências a que os estabelecimentos foram submetidos para se adaptarem a esta nova realidade.

O que se percebe em muitos supermercados, lojas, shoppings e comércio em geral é que estas empresas seguem encarando cada uma destas regras como uma obrigação imposta por decreto. E embora elas sejam, de fato, obrigações impostas por decreto, parece faltar a percepção de que quanto mais seguro for o seu ambiente em relação à pandemia, maiores serão as chances de obter a preferência do consumidor. A segurança é, hoje, a nova promoção.

Preços baixos, 3 pelo preço de 2, compre & ganhe, liquidações, entre outras ofertas que sempre funcionaram muito bem, hoje não estão entre os principais argumentos para atração de clientes, ainda que continuem sendo convincentes diante da retração do poder aquisitivo.

Mas o consumidor quer, antes de mais nada, a segurança de não se contaminar ao caminhar pelos corredores, tocar na sacola de compras, carregar uma cesta ou simplesmente ao entrar em um restaurante para pegar o seu pedido. Pode parecer que essa preocupação extrema seja restrita a um pequeno grupo, mas alguns números insistem em discordar.

Nos dias 23 e 24 de junho de 2020, o DataFolha realizou uma pesquisa em que 47% dos brasileiros afirmam ter muito medo do coronavírus e 51% só saem de casa quando é realmente necessário. Ou seja, praticamente metade dos consumidores está muito preocupada com a pandemia e, sempre que pode, evita sair de casa. E isso se reflete no boom do e-commerce nos últimos três meses.

Em abril de 2020, o Movimento Compre & Confie atestou um aumento de 81% nas compras online em relação ao mesmo período do ano anterior. Um mês antes, em março de 2020, quando a pandemia ainda estava desembarcando no país, a Qualibest divulgou uma pesquisa na qual 30% dos brasileiros afirmaram que optariam por horários alternativos para fazer suas compras, a fim de evitar aglomerações. E que 51% pretendiam migrar para as compras online. Coincidentemente, é o mesmo percentual apontado pelo DataFolha como propensos a sair de casa o mínimo possível.

Diante deste quadro, um ambiente de compras limpo, higienizado, arejado, com regras que de fato ofereçam segurança para os consumidores, tem mais apelo do que um splash com preços irresistíveis. Não se trata, portanto, de seguir as recomendações da autoridade sanitária apenas porque elas foram impostas, mas de oferecer aos clientes a tranquilidade e a proteção que eles esperam ter.

E assim como uma promoção só atrai clientes quando é bem divulgada, a preocupação com um ambiente seguro também precisa ser amplamente comunicada. Seja na TV, nas redes sociais ou pelo WhatsApp, demonstrar aos consumidores a disciplina e as medidas adotadas é fundamental para que, ao sair de casa, mesmo que seja apenas quando necessário, eles optem pelas empresas que tenham uma maior oferta deste novo atrativo.

Rogério Alves é publicitário e Diretor de Criação da 9mm Comunicação.

Inovação Corporativa. Como fazer para que a crise não afete minha empresa? Por Paulo Mendes Damian.

A palavra CRISE assombra a vida de inúmeros empresários, mas antes de reclamar de um momento difícil, vamos refletir qual nível de GESTÃO e INOVAÇÃO corporativa tem a sua empresa para enfrentar este momento ruim?

A sua empresa está focada no concorrente e menor preço? Ou o seu negócio está com FOCO DO CLIENTE, suas necessidades, agregando valor e diferenciação percebida pelo cliente? Conheça o seu cliente, coloque ele na PRESIDÊNCIA da sua empresa e crie o seu propósito corporativo de existir, proporcionado diferenciação no mercado. Empresas voltadas a preço como sua maior estratégia estarão sempre em iminente risco, com ou sem crise.

Qual é o ambiente de trabalho interno? Você é o chefe e o time são os empregados? Você é adepto da expressão “o boi só engorda aos olhos do dono”?

Se esse for o ambiente de trabalho da sua empresa com certeza terá maior dificuldade em enfrentar crises e aproveitar as oportunidades. Está na hora de você CONFIAR nas pessoas e formar um TIME.

Uma dica importante nesta construção: Não faça dos “poucos ruins” a sua régua de gestão, os profissionais na sua “imensa maioria são pessoas boas”, crie a oportunidade para elas mostrarem seu talento, confie mais e forme o seu time e não um grupo de pessoas desconectadas ao seu negócio.

Ao formar seu time, acabe com o sistema de hierarquia clássico e adote um sistema de hierarquia baseado na melhor IDEIA e não no cargo e sua empresa culturalmente terá SIMPLICIDADE e HUMILDADE para vencer os desafios e enxergar oportunidades.

Você é um empresário ou comerciante? Se sua única habilidade é o comércio, você é um comerciante e isso não é o suficiente para gerir o negócio. Uma empresa exige profissionais com conhecimento sob inúmeras atividades (finanças, crédito, compras, logística, TI, contábil, fiscal, jurídico, etc). Não cometa o erro básico de abrir mão delas, usando a clássica frase: isso é problema do advogado, contador .... todas as atividades do negócio são inseparáveis da sua gestão. Estas atividades são da sua empresa, e precisam ser geridas dentro da empresa, mesmo que terceirizadas.

Suas estratégias corporativas são complexas? Se sim, você não é um gênio e sua estratégia é muito provável que não funcione. Estratégias precisam ser objetivas, de acesso e entendimento a todos do time. Não desista dela, mais repense de forma a torná-la simples e objetiva.

Já conseguimos até aqui acabar com alguns mitos, como culpar que seus negócios não estão bem por culpa do concorrente, do governo, dos funcionários, do custo Brasil ... Hora, as empresas que estão crescendo no mercado brasileiro estão inseridas no mesmo ambiente, e se sobressaem diante das demais por terem um melhor sistema de GESTÃO E INOVAÇÃO CORPORATIVA DOS RECURSOS.

E para finalizar esta análise básica de gestão corporativa responda a seguinte pergunta.

Sua empresa é conservadora e pensa dentro da caixa?

As empresas que melhor enfrentam a crise já pensam fora da caixa e as que conseguem oportunizar a crise, nem caixa tem.

É hora de mudança, deixe os modelos arcaicos de gestão. Forme seu time e descubra a força do pensamento coletivo, implante a hierarquia de ideias, pois o que vale é a melhor proposta, deixe o cliente ser o presidente da sua empresa e perceba que vaidade e poder são coisas do passado, diferencie seu negócio e leve sua empresa a um novo patamar de concorrência, integre sua empresa com projetos sociais e ambientais dando sentido maior do que dinheiro a todos os envolvidos na cadeia do seu negócio, conheça todas as atividades da organização e dê importância a todas indistintamente.

Com essa visão, acredito que o processo de GESTÃO E INOVAÇÃO CORPORATIVO será permanente na sua empresa, processo este que permitirá transformar CRISE em OPORTUNIDADE.


Paulo Mendes Damian é empreendedor.

Reinventar-se. Por Carla Barcelos.

Essa palavra cheia de significado ganhou destaque no último ano.

O planeta está em transformação. E nós, seres humanos, fomos envolvidos nessa energia e sacudidos nas nossas certezas.

Sim, um tempo desafiador e sem precedentes. Tivemos que aprender a nos relacionarmos de uma nova forma. E aqui começou esse tal reinventar-se. Porque não tivemos escolha.

Quero convidar você para um novo olhar, para toda essa transformação. Tenho certeza que em algum ponto da sua vida, você experimentou algo novo e se surpreendeu. Mesmo aqueles que não gostam de sair da rotina, sentiram a necessidade de abrir espaço para um novo jeito.

Seja na vida pessoal ou profissional pudemos experimentar a reinvenção. Tudo ganhou um novo significado e assim é a evolução das coisas. Como disse Albert Einstein “A mente que se abre a uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original."

Na minha empresa, que é do segmento de eventos um dos mais impactados, há 11 anos realizamos nossas produções, sempre inovando com tecnologia e soluções digitais. Porém, 99% dos nossos eventos eram presenciais e essas ferramentas eram secundárias. E assim, num piscar de olhos, nos vimos com todos os eventos cancelados ou transferidos em função da pandemia.


Em menos de 10 dias após o primeiro lockdown, saímos da zona de conforto e mergulhamos em desvendar novas formas de produzir eventos, agora 100% online.

Um grande desafio, repleto de aprendizado e crescimento. Criamos e produzimos nosso primeiro evento online e, assim, entre erros e acertos nos reinventamos, adquirindo mais conhecimento.

Hoje, nos tornamos referência em eventos online e já são mais de 30 realizados.

Nesse processo tudo mudou por aqui, nosso negócio e nós, agora trabalhamos home office, as reuniões são por aplicativos e os eventos online.

Não foi fácil. Tivemos medo e muita insegurança se daria certo. Mas posso afirmar que o impulso para nos movermos foi a confiança nos nossos talentos, habilidades e nas infinitas possibilidades que podíamos aprender.

O saldo é muito positivo, apesar de ainda estarmos nesse cenário instável seguimos a cada dia, com muito otimismo, acreditando que somos muito mais criativos do que imaginamos.

E você, qual foi sua reinvenção?

Carla Barcelos é empreendedora, Cofundadora e Diretora da SB+Eventos.

Como estão as emoções em tempo de pandemia? Por Patrícia Peixoto de Arruda.

O ano de 2020 nem bem tinha começado, já transformava vidas e trazia mortes, “suspendemos” nossas vidas acreditando que em 2021 tudo estaria “ normalizado”.

O ano de 2021 iniciou piorando o cenário anterior, a sensação é que 2020 não acabou.

Os sintomas gerados pelo coronavírus se estabelecem em quatro dimensões: a cognitiva que apresenta pensamentos repetitivos e preconceitos nos procedimentos ‒ como por exemplo, relacionar tudo o que acontece com o vírus; a comportamental, com condutas compulsivas e atividades disfuncionais ‒ como a impossibilidade de se concentrar; a emocional, que adquire a forma do medo, ansiedade e ira ‒ raiva; e a fisiológica, com transtornos do sono, angústia e imobilidade ‒ sensação de estar paralisado pelo medo.

Esse impacto psicológico sem precedentes é um problema de saúde pública global, no qual se luta contra um inimigo invisível, criando uma sensação de risco onipresente. E de que todos, sem exceção, em algum momento, podem se ver afetados. Trata-se de uma crise na qual imperam mais dúvidas que certezas. E é normal que ninguém saiba como reagir e que nestes momentos haja medo, insegurança e uma angústia generalizada.

As emoções estão a flor da pele, se antes buscávamos mantê-las sob controle, ou anestesiadas, agora circulam livremente sem nenhuma possibilidade de repressão.

Não temos nenhuma previsibilidade sobre quando a vida voltará ao (novo) normal, estamos vulneráveis, quase que a deriva. A noção do coletivo não se sobrepõe aos desejos individuais, as decisões estão polarizadas como se não pudesse haver um meio termo, é isso ou aquilo – economia X vida.

O medo da morte esse ponto opaco, irrepresentável, impensável, inominável arrebentou nossas defesas.

Fomos atravessados por questões que nos pareciam inexistentes (será?) ou que estavam silenciadas pela falta de tempo - tão valorizada em nosso tempo – passamos a questionar nosso modo de vida, desejos, nosso gozo, nossas relações estão passando por uma “prova de fogo”, tudo está mais escancarado.

A forma de trabalhar, estudar, encontrar pessoas mudou, passamos a nos relacionar através de plataformas online, a nos ver e ouvir através de ferramentas de transmissão de voz e imagem. O público invadiu o privado, não existe mais o limite do tempo entre trabalho e descanso.

Em meio a tudo isso, temos que continuar mantendo a vida, viva, sendo ativos, produzindo, fazendo a “ roda girar” acreditando que tudo acabará e que devemos continuar construindo projetos, ideais, sonhos, como fazer isso?

A pandemia nos ensina a reconhecer as nossas fragilidades, a identificar as emoções só assim é possível gerenciá-las, ou seja, desenvolver resiliência para nos recuperarmos mais rapidamente e reagirmos melhor em cenários adversos. E nesse período, acolher tais emoções é um desafio importante para minimizar a auto cobrança.

Por isso ter compaixão consigo mesmo é importante. Na prática, as emoções podem ser agradáveis ou desagradáveis com um papel protetivo importante, sendo natural senti-las. É importante lidar de forma menos agressiva com as emoções, sem considerar errado sentir algumas delas como raiva, culpa ou tristeza. Que a pandemia nos ensine a nos olhar, nos escutar e a cuidar do que sentimos, legitimando cada emoção e sabendo que devemos pedir ajuda quando as emoções estiverem provocando sofrimento.

Que consigamos aprender algo com esse momento.

Patrícia Peixoto de Arruda é psicanalista.

Como a ansiedade está afetando os empreendedores e como amenizar seus efeitos. Por Tauane Leal.

Trabalhar com o que ama, sentir que encontrou no trabalho um propósito, fazer o próprio horário, ter a liberdade de tomar decisões e colocar suas ideias em prática move, todos os dias, diversas pessoas a terem o seu próprio negócio. Porém, apesar de todos os aspectos positivos, empreender não é tarefa fácil! Muitos empreendedores iniciam o sonho “de ser seu próprio chefe” e logo se deparam com a burocracia, os boletos, muito trabalho, estudo e tarefas que talvez nunca tenham feito antes. A preocupação com o futuro do seu negócio e com as decisões importantes que tem de tomar, além de longas horas de trabalho, pode causar estresse e ansiedade.

A ansiedade, longe de ser um mal por si só, é um sentimento comum a todos os seres humanos. Ela que ajuda a nos prepararmos para lidar com momentos importantes e desafiadores e foi ela que contribuiu para que ao longo de nosso processo evolutivo chegássemos até aqui. Afinal, sem ela, nossos antepassados não teriam se preocupado tanto com os perigos ao redor, colocando a espécie em risco.

Porém, quando a ansiedade começa a atrapalhar seu sono, sua rotina, suas relações e seu trabalho é hora de ficar atento! A ansiedade tende a fazer com que nos preocupemos em excesso com tudo o tempo todo, nos impede de relaxar e aproveitar os momentos de descanso e geralmente é responsável por aquela “voz interior” que nos diz que algo não dará certo, mesmo quando todas as evidências nos apontam o contrário.

Se você se identificou com os sintomas acima, talvez seja hora de colocar essas seis dicas em prática:

1 - Tenha momentos relaxantes! Programe-se para ficar um dia inteiro longe dos negócios e relaxar. Faça algo que você gosta, pratique um esporte, fique com a família e descanse. Talvez seja difícil ficar longe, mas as pausas são fundamentais para recarregar as energias e até para ter novas ideias.

2 - Delegue! Sabe aquelas atividades que te tomam tempo, não são tão importantes, mas precisam ser feitas? Sempre que possível delegue. Assim você terá mais tempo e energia para focar no que é fundamental que você mesmo faça.

3 - Tenha horário para iniciar e finalizar as suas rotinas do trabalho! Se você está trabalhando na sua casa talvez seja difícil estabelecer um horário de começo e de término de expediente. Estabeleça uma rotina realista que te proporcione um tempo para fazer algo agradável por você mesmo, nem que seja durante 30 minutos por dia. Assim você evita um acúmulo de estresse durante a semana.

4 - Anote seus pensamentos ansiosos! Deitou para dormir e sentiu a mente se encher de pensamentos? Tenha ao lado da sua cama um bloco e uma caneta e anote, sem filtro, todos os pensamentos que lhe vem à mente. Colocar os pensamentos em um papel ajuda a aliviar a tensão e a enxergar possíveis soluções.

5 - Aceite que você não tem o controle de tudo! Por mais que você se esforce, imprevistos acontecem e muitas coisas estão além do nosso controle. Ao se deparar com um imprevisto, use a sua energia para focar na solução e não em como poderia ter sido.

6 - Busque ajuda! Se você percebe que a ansiedade está presente na sua vida a muito tempo e que ela vem causando prejuízos à sua saúde e bem-estar é hora de buscar ajuda de um psicólogo. Lembre-se que para ser produtivo e dar conta de todas as demandas do empreendedorismo, você precisa estar com a saúde física e mental em dia!

Tauane Leal é psicóloga.